quarta-feira, agosto 09, 2006

Muito espaço, pouca vontade

Pavia deve ser a terra que conheço com mais espaços desaproveitados. Há aquelas localidades que não têm condições, e quando digo condições refiro-me a sítios já existentes, a edifícios construídos, e aqui há apenas falta de ideias ou talvez de motivação para as pôr em prática.
Existem pelo menos dois, bem conhecidos de todos os pavienses e talvez de muita gente pelo concelho a fora: o Centro (salão da Santa Casa da Misericórdia) e a Sociedade (Grupo Musical Paviense).
Vão sendo aproveitados - e que estou totalmente de acordo - para ensaios do grupo coral e exposições (no caso do primeiro) e como sede do Caça e Pesca (no caso do segundo), acabam por ser subaproveitados devido às possibilidades que ambos sustentam.
O Centro seria o espaço ideal para realizar sessões de cinema, já que possui uma sala de projecção (é verdade!), um bar e uma sala onde seria possível disponibilizar cerca de cinquenta lugares (com base no número de pessoas que assistiam ao cinema na Sociedade, era mais que o suficiente), bem como outro tipos de espectáculos. É certo que tinha de ser feito um investimento na aquisição de cadeiras (de cinema e não de esplanada como acontecia no passado), em equipamento de som, de projecção, tela, etc. Contudo, o pior entrave seria em termos de vontade. O edifício é da Misericórdia, logo seria necessário “convencer” a mesma. Depois, há também o entrave de existir um cinema em Mora e a presumível intenção dos autarcas em que as pessoas das freguesias vão assistir às sessões de cinema a Mora (daquilo que tenho conhecimento, ninguém de Pavia vai ao cinema a Mora, preferindo deslocar-se a Évora ou até a outras localidades, como o Montijo).
Em relação à Sociedade, o desaproveitamento do espaço é ainda mais caricato. A única parte aproveitada, e que já referi, é a sede do Caça e Pesca que, se não me engano, consiste em apenas uma das divisões do edifício. Desde o bar até ao salão principal, passando pela sala de jogos, é um completo desperdício. O bar, que até há pouco tempo estava aberto, mas o qual a direcção prefere deixar fechado do que deixar alguém explorar, tem a melhor esplanada de Pavia (só é batida pela do novo Jardim de Pavia). O salão principal, que há tempos teve o palco restaurado (um investimento totalmente justificado, como se tem visto!!!), só tem utilização quando há festas de casamento e um ou dois bailes realizados todos os anos. A sala de jogos, que seria uma excelente sala de jogos se fosse aproveitada, tem dois ou três jogos quase degradados (pudera, devem ser equipamentos mais velhos do que eu!).
E esta é a realidade na nossa vila. O que me leva a reflectir sobre o novo Jardim Público. Sou da opinião que o Jardim é uma boa obra para a nossa vila (certamente melhor quando estiver pronto, principalmente em termos de acessos que são uma miséria). Agora, resta saber se seguirá o mesmo rumo de outras infra-estruturas aqui referidas. Tem um pequeno bar com uma excelente esplanada. Está posicionado num sítio ideal, principalmente em termos de problemas, que por vezes surgem noutros pontos da vila, devido ao barulho. Não sei se a intenção é deixar alguém explorar o bar, mas já ouvi rumores de que não. Espero, então, que sejam as autarquias (câmara ou junta) que o explorem e que não seja um espaço para utilizar apenas quando se realizam torneios de futebol.

3 comentários:

Anónimo disse...

Pois!!

A política Municipal dos últimos anos tem sido a do betão (mas criticam os governos e fazem o mesmo. Construções qualquer as faz, mesmo um electricista, basta ter pilim. Agora fazer obras “certo e bem” ou quando o pilim for menos é que é difícil.
Vamos ainda ter outro record nacional, já que gostam tanto disso, o Concelho com mais equipamentos públicos sem uso ou utilidade.

Anónimo disse...

Ó MP não precisas de ter posto anónimo que já te conhecemos o discurso.

Anónimo disse...

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